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Um estudo recente, publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, constatou que, nos últimos dez anos, o consumo de adoçantes aumentou 200% entre crianças e 54% entre os adultos nos Estados Unidos. Hoje, eles são usados com regularidade por 25% dos pequenos e 41% das mulheres e dos homens americanos. No Brasil não temos um levantamento parecido, mas estima-se que seguimos essa toada de crescimento.
Adoçantes dietéticos são produtos formulados para o consumo de pessoas que tem alguma restrição no consumo de açúcar devido a problemas de saúde, como no caso do diabetes mellitus. Dessa forma as matérias primas frutose, sacarose e glicose não pode ser usada em sua formulação.
No universo dos adoçantes, há aqueles criados em laboratórios (artificiais) e os que foram extraídos da natureza (naturais) — e a tendência é que os últimos sejam vistos como menos nocivos. Só que, do ponto de vista de segurança, a realidade é que não há diferenças significativas entre os dois grupos, dessa forma o melhor adoçante é aquele que mais agrada o paladar da pessoa que tem indicação do seu uso.
Existem atualmente alguns tipos de adoçantes liberados no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) sendo eles. sorbitol, manitol, isomaltitol, maltitol, sacarina, ciclamato, aspartame, estévia, acessulfame-K, sucralose, neotame, taumatina, lactitol, xilitol e eritritol.
Alguns adoçantes são criticados por poderem causar doenças. Porém, dentro da recomendação de ingestão diária não existem estudos que comprovem os malefícios.
Tipos de adoçantes | Máxima Ingestão diária aceitável |
---|---|
Sacarina | 5mg/kg/dia |
Aspartame | 40mg/kg/dia |
Acessulfame K | 15mg/kg/dia |
Sucralose | 15mg/kg/dia |
Neotame | 2mg/kg/dia |
Estévia | 4mg/kg/dia |
Ciclamato | 11mg/kg/dia |
Manitol | Não especificado |
Isomaltitol | Não especificado |
Maltitol | Não especificado |
Taumatina | Não especificado |
Lactitol | Não especificado |
Xilitol | Não especificado |
Eritrol | Não especificado |
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria os adoçantes podem ser usados em crianças apenas na presença de Diabetes Mellitus. Eles não são indicados para redução ou controle ponderal sem a presença da doença. O melhor adoçante a ser usado no caso de uma criança diabética é aquele que ela melhor aceitar! Todos os adoçantes desde que consumidos dentro do limite diário de ingestão são seguros.
O jornal científico da Associação Médica Canadense publicou em 2017 uma revisão de 37 estudos que identificou uma possível associação entre adoçantes e um maior índice de massa corporal, o famoso IMC. Ao consumir adoçantes, temos a percepção do gosto doce, mas não há açúcar para o corpo processar. E há evidências, em animais e humanos, de que isso pode reprogramar o metabolismo de tal maneira que favoreceria o ganho de peso. Outro ponto é sobre a influência dos adoçantes em sinalizadores intestinais de saciedade como o neuropeptídio Y (NPY), estudos mostram que adoçantes podem ativar a via neuronal de fome por meio do NPY.
Não dá para perder de vista que a maioria dos estudos é realizada com animais e com doses altíssimas das substâncias e, quando contam com seres humanos, envolvem poucos voluntários. São fatores que impossibilitam, pelo menos agora, a conclusão categórica de que os adoçantes, podem influenciar no ganho de peso.
O melhor caminho para perda de peso é a reeducação do paladar! Não é usar o adoçante para enganar o corpo, mas sim ir diminuindo o açúcar até conseguir ingerir os alimentos na sua forma mais natural possível, sem adoçante e sem o açúcar ou com quantidades mínimas de qualquer um dos dois.
Referências
Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. [acesso em 25 ago 2017].
Disponível em: http://abiad.org.br/wp-content/uploads/2017/02/cartilha -adocantes-abiad.pdf.
Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018.
Disponível em https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4293896/mod_resource/content/1/diretrizes-sbd-2017-2018.pdf
Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de nutrologia pediática. 2019.
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