Inflamação e Má Nutrição: Fatores de Risco e Prevenção

17 de julho de 2025

A inflamação e a má nutrição estão intimamente relacionadas, formando um ciclo prejudicial que compromete a saúde dos pacientes em diferentes contextos. A inflamação crônica altera o metabolismo e interfere na absorção de nutrientes, contribuindo para a perda de peso, enquanto a má nutrição pode agravar processos inflamatórios e comprometer a resposta do organismo à doença.

De forma simplificada, a inflamação é um mecanismo biológico essencial para a defesa do organismo contra lesões e infecções. Contudo, quando esse processo persiste de forma crônica, pode levar a uma série de alterações metabólicas que contribuem para a má nutrição. Condições como doença inflamatória intestinal, artrite reumatoide, insuficiência cardíaca e câncer frequentemente apresentam um estado inflamatório prolongado, que traz impactos negativos ao estado nutricional do paciente.

A inflamação pode favorecer a liberação excessiva de citocinas pró-inflamatórias, como o fator de necrose tumoral alfa e a interleucina 6. O resultado disso é um aumento no catabolismo proteico, reduzindo a massa muscular e comprometendo a funcionalidade do organismo. Esse processo pode levar à caquexia, um estado avançado de desnutrição.

Além dessa degradação muscular, o processo inflamatório contínuo pode prejudicar a absorção de nutrientes essenciais. A integridade da mucosa intestinal pode ser comprometida em condições inflamatórias, reduzindo a biodisponibilidade de vitaminas e minerais fundamentais para o funcionamento celular. Além disso, a redução da ingestão alimentar devido à anorexia induzida pela inflamação é outro fator crítico. A ativação constante do sistema imunológico afeta o centro regulador do apetite no cérebro, levando à redução da fome e ao consumo inadequado de calorias e proteínas.

Fatores de Risco para Má Nutrição Associada à Inflamação

Diversos fatores de risco podem contribuir para a manutenção da má nutrição em pacientes com inflamação crônica, tornando fundamental identificar esses elementos de forma precoce. Entre os principais fatores, destacam-se a idade, condições clínicas subjacentes, uso de medicamentos, ingestão alimentar insuficiente e presença de comorbidades. Pacientes que sofrem de doenças inflamatórias crônicas, como câncer, doenças pulmonares obstrutivas ou doenças autoimunes, podem apresentar maior risco de desenvolver desnutrição devido ao estado inflamatório persistente.

A idade avançada também é um fator de risco muito relevante. Os idosos podem apresentar alterações no paladar, problemas para mastigar e deglutir, e uma menor resposta anabólica à ingestão proteica. Por esse motivo, esse grupo populacional apresenta maior propensão à desnutrição quando associada a doenças inflamatórias crônicas.

O uso prolongado de alguns medicamentos também pode agravar a má nutrição, principalmente corticoides e imunossupressores. Antibióticos também podem afetar a microbiota intestinal, impactando negativamente a digestão e absorção de nutrientes.

Impactos da Má Nutrição na Resposta Imunológica e na Saúde Geral

A má nutrição afeta diretamente a função imunológica, fazendo com que o organismo se torne mais vulnerável a infecções e prejudicando a sua capacidade de recuperação. A deficiência de micronutrientes e proteínas essenciais prejudica a resposta inflamatória adequada e compromete a regeneração dos tecidos.

A redução dos estoques de proteína no corpo também afeta a produção de anticorpos e a proliferação de células do sistema imunológico, como macrófagos e linfócitos. Pacientes desnutridos apresentam maior risco de infecções hospitalares, complicações pós-cirúrgicas e pneumonias, devido à baixa capacidade do organismo de combater agentes patogênicos.

No contexto de doenças crônicas, a má nutrição pode agravar quadros clínicos, reduzindo a tolerância a tratamentos mais agressivos, como radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.

Estratégias Nutricionais para Prevenção de Manutenção e Pacientes Inflamados

A intervenção nutricional precoce é fundamental para evitar a progressão da má nutrição em pacientes com inflamação crônica. A adequação do consumo calórico e proteico, combinada com estratégias anti-inflamatórias, ajuda a melhorar a recuperação e reduzir complicações. Dietas ricas em proteínas de alto valor biológico, como carnes magras, laticínios e peixes, são fundamentais para preservar a massa muscular e otimizar a síntese proteica.

Além disso, o consumo de ácidos graxos ômega 3, presentes em peixes, óleos vegetais e sementes, pode modular a inflamação e reduzir a degradação muscular. Da mesma forma, o aumento da ingestão de fibras prebióticas, encontradas em vegetais e grãos integrais, ajuda a melhorar a saúde intestinal e favorece o equilíbrio da microbiota.

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Pode ser necessário suplementar com micronutrientes como zinco, ferro, vitamina D e antioxidantes. Dessa forma, é possível corrigir deficiências nutricionais e fortalecer a resposta imunológica do paciente.

A educação nutricional deve ser contínua e personalizada, garantindo que o paciente compreenda a importância da alimentação no controle da inflamação e na recuperação da sua saúde. O diagnóstico precoce e a implementação de estratégias nutricionais personalizadas ajudam a reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida de pacientes em risco.

Se você quer saber mais sobre esse acompanhamento nutricional, agende sua consulta e esclareça todas as suas dúvidas.

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