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A demência é uma condição neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Além de comprometer funções cognitivas como memória, linguagem e raciocínio, essa doença causa um grande impacto no aspecto social e emocional do paciente. Com o envelhecimento, a busca por intervenções que possam retardar ou melhorar os sintomas da demência se tornou cada vez mais relevante, como é o caso da creatina para pessoas com demência.
A creatina é conhecida pelo seu papel na produção de energia celular e tem sido amplamente estudada no contexto do desempenho físico. Contudo, estudos recentes sugerem que a creatina para pessoas com demência pode oferecer benefícios cognitivos, principalmente devido à sua capacidade de melhorar o metabolismo energético cerebral.
Por exemplo, uma revisão sistemática publicada na Frontiers in Nutrition analisou 16 estudos e concluiu que a creatina pode ter efeitos benéficos na função cognitiva de adultos, incluindo idosos. Entretanto uma serie de fatores precisam ser levados em consideraçao nesses estudos:
Vamos ver…
A creatina desempenha um papel crucial na manutenção da homeostase energética celular, funcionando como um reservatório de fosfato de alta energia. No cérebro, essa função é essencial para sustentar os processos cognitivos, principalmente em condições de demanda aumentada ou estresse.
Em pacientes com demência, há evidências de disfunção mitocondrial e redução na disponibilidade de energia no cérebro. Por isso sugere-se que a suplementação de creatina, nesse caso, pode ajudar a mitigar esses efeitos, melhorando a bioenergética neuronal e, consequentemente, a função cognitiva do paciente.
Além disso, estudos em modelos animais de Alzheimer demonstraram que a creatina pode melhorar a bioenergética cerebral e reduzir biomarcadores associados à doença.
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Diversos estudos têm investigado os efeitos da suplementação de creatina na função cognitiva de adultos. Uma meta-análise publicada na Nutrition sobre os efeitos da creatina na melhora da memória de indivíduos SAUDAVEIS encontrou resultados positivos em tarefas de memória de curto prazo e raciocínio. Nao foram avaliadas aumento ou nao de pratica de atividade fisica e nem investigada mudanças em padrao alimentar.
Já em idosos SEM DEMENCIA um estudo conduzido por Rae et al. demonstrou que a suplementação de 20 g por dia de creatina por 7 dias resultou em melhora significativa em medidas de memória, incluindo recordação de números e memória espacial. Tambem sem dados sobre atividade fisica ou praticas alimentares.
Esses estudos não foram conduzidos especificamente em populações com demência, tao pouco excluiram fatores confudidores para poderem concluir com segurança que esses efeitos positivos em cogniçao vieram da suplementaçao da creatina.
Na prática clínica, a suplementação de creatina pode ser de grande ajuda para facilitar a recuperaçao musculas intratreino, o que estimula o aumento na adesao da pratica de atividade fisica. e isso ja esta bem documentado que é de grande ajuda para cogniçao. Portanto a suplementaçao de creatina pode sim ser considerada com a inteçao de aumento na atividade fisica, mas ela como uma fator isolado que melhora cogniçao para pessoas COM DEMENCIA nao esta comprovada.
A creatina para pessoas com demência como um elemento para melhora da cogniçao e reduçao da evoluçao da doença esta longe de ser comprovado.
A suplementação de creatina, quando supervisionada por profissionais de saúde, pode ser uma estratégia valiosa e eficaz para apoiar a função cognitiva em pacientes idosos devido ao aumento na facilidade de fazer exercicio fisico resistido e, portanto, aumento na adesao a atividade fisica. É fundamental, no entanto, que a decisão de iniciar a suplementação seja baseada em um atendimento individualizado, verificaçao de exames bioquimico que suportem sua segurança. O uso da creatina em pessoas com funçao renal comprometida ainda nao tem sua segurança comprovada.
Para um plano nutricional personalizado e seguro, focado no suporte cognitivo e na melhoria da qualidade de vida, agende sua consulta com a nutricionista Diana Ruffato. Conte com um acompanhamento baseado em evidências científicas e centrado em suas necessidades específicas.