Manejo da Doença Celíaca Através da Dieta Livre de Glúten

15 de abril de 2024

O glúten se refere a fração peptídica específica de proteínas (prolaminas) presente no trigo (glutenina e gliadina), centeio (secalina) e cevada (hordeína). Esses peptídios geralmente são mais resistentes à digestão completa por enzimas GI e podem atingir o intestino delgado intacto. Em um intestino normal, saudável, eles são inofensivos. Já em portadores de Doença Celíaca o glúten chega na barreira intestinal e provoca uma resposta inflamatória e imunológica. Importante salientar aqui, portanto, que o glúten não é o causador da inflamação a não ser que o indivíduo possua um intestino não saudável! 

 

O termo sensibilidade ao glúten é comumente usado para descrever indivíduos com sintomas inespecíficos, sem a resposta imune característica da DC ou os consequentes danos intestinais. A intolerância ao glúten descreve os indivíduos que apresentam sintomas e que podem ou não ter DC.

 

 Leia também: Doença Celíaca e intolerância ao glúten: quais são as modificações dietéticas?

Manejo da Doença Celíaca Através da Dieta Livre de Glúten

Estes dois termos são usados para descrever sintomas como náuseas, cólicas abdominais ou diarreia após a ingestão de glúten. Os pacientes que apresentam estes sintomas geralmente devem ser DESACONSELHADOS a seguir uma dieta sem glúten sem uma prévia investigação diagnóstica para excluir ou confirmar a DC porque:

(1) pode haver uma condição médica subjacente para a qual uma dieta sem

glúten não é o tratamento;

(2) após uma dieta sem glúten por meses ou anos, é difícil diagnosticar a DC; e 

(3) uma dieta sem glúten pode ser dispendiosa e restritiva.

 

O diagnóstico de DC é feito por uma combinação de achados clínicos, laboratoriais e

avaliação histológica. Devem-se avaliar o padrão geral dos sintomas e os antecedentes

familiares dos indivíduos com suspeita de DC. A biópsia do intestino delgado é o padrão ouro para o diagnóstico.

 

Como é a dieta para doença celíaca?

 

Primeiramente precisamos entender que a dieta a ser implementada deve ser personalizada de acordo com as necessidades nutricionais de cada paciente. Para isso, é necessário contar com a ajuda de um nutricionista especializado que poderá fornecer todo o acompanhamento necessário para esse paciente.

 

Embora seja personalizada, essa dieta costuma eliminar alguns alimentos de forma permanente para que o paciente não sofra com os sintomas e consequências do glúten em sua alimentação, como é o caso:

 

  • Trigo;
  • Centeio;
  • Cevada;
  • Sêmola;
  • Aveia contaminada  
  • Malte;
  • Bolos, pães, pizzas, biscoitos, macarrão, e outros derivados de farinha de trigo;
  • Achocolatados ou bebidas que tenham cevada ou malte em sua composição;
  • Bebidas alcoólicas.

 

Como dissemos anteriormente, alguns alimentos também podem sofrer com a contaminação cruzada. Isso porque o maquinário Industrial muitas vezes acaba utilizando os mesmos equipamentos para a produção de alimentos distintos, como é o caso das sopas instantâneas, molho shoyu, batata frita congelada, condimentos, bebidas em pó, entre outros.

 

O ideal é que o paciente com doença celíaca estabeleça uma dieta muito rica em fibras como  frutas, legumes, leguminosas, hortaliças, etc. Além disso, a hidratação é fundamental para garantir que o corpo consiga absorver esses nutrientes e vitaminas e se mantenha sempre saudável.

 

A dieta sem glúten além de reduzir os sintomas da doença celíaca também ajuda a minimizar os danos no intestino delgado, melhor absorção de nutrientes, contribui para a melhoria da fertilidade, reduz o risco de câncer e de osteoporose para os portadores da doença.

 

Precisamos lembrar que qualquer dieta deve ser recomendada e acompanhada por um profissional da nutrição a fim de garantir que o seu corpo esteja recebendo todas as vitaminas e nutrientes que ele precisa.

 

Leia também: Se sente culpado ao comer e quebrar a dieta? Vamos falar sobre isso ?

 

Leia mais
Olá!

Gostaria de receber uma ligação?